sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Show de Truman

                                     
Peter Weir, 1998


   Esses dias estava pensando em um filme que vi já faz algum tempo e que para a minha felicidade, pude ver novamente ontem em um desses canais de TV fechada. Diante disso, acho que seria legal voltar a escrever aqui com o Show de Truman.
   A princípio a proposta do filme parece sem sentido, como um ser humano poderia ser um grande astro de um programa de televisão e nem ao menos saber? Como as pessoas poderiam permitir que um ser humano vivesse como prisioneiro apenas para entretê-las e fazer com que a grandes empresas ganhassem rios de dinheiro? Muitos podem acabar achando que a idéia do filme é completamente absurda, lembram do Big Brother e que não seria possível criar um mundo artificial para alguém.
   Mas deixando essas questões de lado, acredito que o Show de Truman vai além porque deixa muitos questionamentos. Um deles seria do quanto que a sociedade se deixa manipular pelo sistema, e da forma como estamos sendo moldados por ideologias e necessidades falsas.
   Entendo como ponto chave do filme, questionar justamente o ser humano, a questão da ética, ou do quanto muitas vezes levamos nossas vidas em uma constante, sem questionar, sem mudar nada, acomodados a uma realidade que muitas vezes nem ao menos gostamos.
   Truman, vivido por Jim Carrey, conseguiu seguir adiante em busca do que queria mesmo existindo toda uma sociedade programada para não permitir que isso acontecesse. Conseguiu provar que mesmo dentro daquela “bela” prisão, ele precisava de algo mais, precisava ir além, acredito que naturalmente o ser humano tem a necessidade de ir além, e muitas vezes temos medo, não percebemos, nem sequer lutamos, muitas vezes cansamos quando vem tempestade, muitas vezes quando passamos por elas temos medo de ir ao encontro do que não sabemos, temos medo da escuridão.
   Além do filme, é preciso citar a ótima atuação do Jim Carrey, que vem se mostrando um ótimo ator dramático.


Juliana Farias


sábado, 15 de janeiro de 2011

Tapete Vermelho

Luiz Alberto Pereira, 2006



Para quem não aprecia a imagem do jeca ou famoso caipira, assim como a vida no campo, deveria dar uma oportunidade e ver esse filme. Para aqueles que gostam melhor ainda.
O filme é simples e gostoso de assistir, conta a história de Quinzinho, que deseja levar seu filho para assistir ao filme do Mazzaropi, no entanto, no decorrer da jornada em busca de um filme que já não se exibe mais, o caipira junto com sua família e o burro Policarpo passam por várias aventuras.
O destaque da obra é o resgate à cultura brasileira, como a crendice popular apresentada de forma muito divertida e a crítica ao cinema .
Tapete Vermelho mostra a beleza da vida rural e do caipira, de uma simplicidade que a sociedade urbana se esqueceu, mostra como as pessoas vivem cada vez mais alienadas e que o todo esse processo de urbanização já afeta até os ambientes rurais.
Embora o filme seja uma comédia é também crítico e político. Retrata a questão da reforma agrária, o movimento sem terra no Brasil, que muitos enxergam de maneira preconceituosa. Fala do povo brasileiro que vive,sonha, luta e sofre.

Nota:

Amacio Mazzaropi, ator e cineasta brasileiro, nasceu em São Paulo em 9 de abril de 1912 e faleceu em 1981 aos 69 anos.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O Menino do Pijama Listrado

Mark Herman, 2008

"A infância é medida pelos sons, cheiros e paisagens,
antes da hora escura que a razão cresce"
John Betjeman




Ao nosso ver, este filme trata de valores e seleção entre a espécie humana, onde para que uma etnia possa prosperar a outra é aniquilada. Porém, questiona-se até onde isso seria correto ou humano. 
Imaginem o florescimento de uma amizade pura em uma sociedade repleta de preconceitos e regras em uma realidade que ainda pode ser muito bem vista, em nossos dias?
Além disso, revelam-se diferentes formas de pensamento dentro da nata social alemã durante o período da Segunda Guerra Mundial, onde para uma maioria era latente a oportunidade comercial e de status dentro do regime nazista e por outro lado haviam os indivíduos que reconheciam a obscuridade e barbárie embutida nesse sistema.
O destaque desta obra encontra-se em cenários e figurinos muito bem compostos, fiéis a época, também emociona por sua mensagem direta explanada ao público sob olhares de duas crianças vivendo em contextos diferenciados.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Elizabethtown



Cameron Crowe, 2005


Como seria ver a vida de uma maneira mais simples?
Embora o filme remeta a mais um romance, Elizabethtown encanta em simples detalhes revelando que por mais que as coisas pareçam demasiadamente complexas, o aspecto do viver em si pode ser mais brando. Compreende-se que as coisas mais importantes na vida estão onde não as percebemos e muitas vezes não compreendemos e não damos o devido valor. 
É uma história agradável de se apreciar, apresenta uma bela fotografia, além do seu enredo possuir valor significativo à maneira moderna de se viver perante aos conflitos gerados por esta sociedade.









domingo, 19 de dezembro de 2010

Across The Universe



Julie Taymor, 2007.


Para quem gosta de musicais, recomendamos Across the Universe: filme inspirado nas canções dos Beatles e como pano de fundo o período conturbado na história americana referente aos direitos civis e a guerra do Vietnã. O filme é rodado através de uma atmosfera psicodélica e de maneira cronológica, ditado pelas fases demonstradas nas canções. 
Porém a beleza desta obra encontra-se não apenas no citado, revela um pouco mais das marcantes mudanças na sociedade a partir da década de 1960. 
Diríamos que um dos bons motivos para se assistir o filme está na bela fotografia, onde as cores expressam bem os sentimentos e aflições de toda uma nova geração e o figurino muito bem adaptado, assim como a caracterização dos ambientes típicos da época. 
Across The Universe apresenta novas versões de canções dos Beatles e coreografias que se adaptam a dramatização de cada cena. Destaque para Because, onde  fica claro a sensação de perda da inocência a partir do ano 1966 e as convocações indiscriminadas de jovens ao Vietnã.

Nota: Este longa metragem atrai grande público, porém ainda é desconhecido por uma grande maioria por ter sido exibido apenas em salas alternativas em algumas capitais brasileiras.